Órgãos do governo do Amazonas, entidades do setor primário e produtores se reuniram para discutir o Selo Arte no Amazonas nesta quinta-feira (19/09). O encontro, aberto pelo titular da Secretaria de Estado da Produção Rural e Sustentabilidade (Sepror), Petrucio Magalhães Júnior, foi realizado no estande da Sepror na 3ª Feira de Agronegócios da Nilton Lins, no Parque das Laranjeiras, em Flores.

 

Para o titular da Sepror, a reunião é um passo importante para que a produção do Amazonas possa avançar. “É importantíssima esta discussão de um selo que vai facilitar o acesso de produtos artesanais do estado ao mercado nacional”, afirmou o secretário.

 

Segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea), Muni Lourenço, existem hoje 16 mil propriedades pecuárias cadastradas no Amazonas. “A estimativa é de que, com base nesses números, ao menos 20 mil pessoas trabalhem diretamente com a produção de leite no estado. Não estamos falando de um número pequeno, por isso este debate é muito importante”, ressaltou Lourenço.

 

O superintendente Federal de Agricultura no Amazonas (SFA/AM), Guilherme Pessoa, ressaltou que, apesar de haver normas técnicas, sanitárias e de boas práticas que devem ser seguidas, existem algumas normativas que podem ser adaptadas à realidade amazônica. E que, além disso, o próprio Selo Arte abre algumas possibilidades que antes o produtor não tinha.

 

“Neste primeiro momento, mesmo que não tenhamos escala para exportar produtos de origem animal, o Selo Arte já possibilita a venda do queijo de leite cru (o que até então é proibido). E, em um segundo momento, abre a possibilidade de comercialização em todo o país do queijo artesanal”, destacou ele.

 

A produtora de leite, Célia Lira, participou da reunião e estava entusiasmada com a implantação do Selo no Estado. “Este é um marco importante, principalmente para o pequeno produtor de leite, visto já ter sido levantada a possibilidade de poder vender queijo de leite cru, que é uma demanda antiga dos produtores. Esperamos contribuir para que o produtor possa se adequar à normativa”, afirmou Célia.

 

 

Selo Arte – Sonho antigo de produtores artesanais de todo o Brasil, o Selo Arte vai permitir que produtos como queijos, embutidos, pescados e mel possam ser vendidos livremente em qualquer parte do território nacional, eliminando entraves burocráticos, sendo necessário apenas preencher os requisitos e ter o Serviço de Inspeção Estadual ou Municipal. Para os consumidores, será uma garantia de qualidade, com a segurança de que a produção artesanal respeita as boas práticas agropecuárias e sanitárias.

 

Artesanal – Guilherme Pessoa lembra que o conceito de artesanal não tem relação com a quantidade produzida (como era antigamente), mas ao processo pelo qual o produto é obtido. “Independentemente da escala que o produtor possa dar, se o produto preencher os requisitos, ele será considerado artesanal e poderá receber o Selo Arte”, garantiu o superintendente da SFA/AM.

 

Grupo de Trabalho – Ao final da reunião, ficou definido que os participantes presentes iriam formar um Grupo de Trabalho para levar contribuições para uma próxima reunião, agendada para o dia 27 de setembro, na sede da SFA/AM, para encaminhar uma proposta única ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com as demandas e necessidades locais.

 

FOTOS: Djalma Jr./Sepror