O sistema de produção de matrinxã em tanque-rede vem impulsionando a piscicultura no Estado do Amazonas. Na manhã desta quarta-feira (24), o chefe de departamento da Secretaria Executiva de Pesca Aquicultura (SEPA) da Secretaria Produção Rural (Sepror), Jeffson Nobre e o gerente da cadeia produtiva do pescado da Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS), Tomás Sanches acompanharam a despesca da espécie na Okah Fish, de propriedade do empresário Kazuo Oka, situada em Itacoatiara, a 215 quilômetros de Manaus.

O empreendimento é o maior do Estado no sistema de criação em tanque-rede, com a capacidade de produção de 450 toneladas anualmente. Produzindo e comercializando peixes em média com 1, 5 quilo. A estrutura tem capacidade de estocagem de 300 mil juvenis de matrinxã com um volume total de aproximadamente 15 mil metros cúbicos de volume útil para criação. Ocupando uma área de aproximadamente de 3 hectares no leito do Rio Urubu. Este sistema se equivale em relação a produtividade em tanque escavado a 75 hectares num sistema semi intensivo e cerca de 25 hectares num modelo intensivo com uso de aeração. Uma das grandes vantagens do tanque- rede além da alta produtividade, é a ausência de custo energético com abastecimento e aeração.

 

Implantação

Durante a visita na propriedade e em conversa com o proprietário do empreendimento o chefe de departamento e biólogo da Sepror/Sepa, Jeffson Nobre disponibilizou o apoio técnico da secretaria para a implantação de um laboratório de reprodução para atender a demanda do projeto com plantel com altas taxas de sobrevivência, bom desempenho zootécnico e boa adaptação ao manejo e sistema hidrológico da região. “A implantação desse projeto vai o tornar autossustentável, além de promover um melhor controle sanitário. Também vai reduzir significativamente os custos de produção. Tudo isso é atendendo as recomendações do governador Amazonino Mendes e o secretário José Aparecido, que tem dedicado grande atenção para o setor primário nesse novo governo “, comentou Jeffson Nobre.

De acordo com o empresário, Kazuo Oka que atua há oito anos nessa atividade no Amazonas, este projeto tem trazido um relevante retorno para o seu negócio. Somente hoje durante a despesca foram retirados 18 mil quilos de matrinxã. O pescado vai abastecer a capital. Além disso, 25% de sua produção será transportada para Boa Vista (RR). Segundo Oka esta é a segunda despesca deste ano. Os matrinxãs retirados passaram um ano e um mês em produção.

” Todos os anos produzo matrinxã, além disso sempre gostei de pescar e criar e quando chegamos nessa idade temos que nos aposentar e não dar para sentar. Temos que trabalhar e esse meu projeto tem dado certo “, comentou Kazuo Oka.

 

Parceria

O empreendimento conta com o intercâmbio de instituições de ensino e pesquisa como a Empresa de Pesquisa Brasileira Agropecuária (EMBRAPA), o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFAM) e a Universidade Federal do Amazonas (UFAM).

O governo do Amazonas por meio da ADS, órgão vinculado ao Sistema Sepror viabiliza a comercialização do pescado através das feiras, do Balcão de Agronegócio e com o Programa de Regionalização do Merenda Escolar (PREME). “Estes projetos tem criado e estabelecido um elo entre o produtor, o consumidor e as redes de atacados e varejos”, destacou Tomás Sanches.

Além disso, o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário Florestal e Sustentável (IDAM) disponibiliza assistência técnica gratuita aos pequenos produtores e piscicultores e, distribuindo alevinos de espécies nativas que são produzidos no Centro Treinamento de Tecnologia e Produção de Aquicultura (CTTPA) e coordenado pela Secretaria Executiva de Pesca Aquicultura (Sepa).